quinta-feira, 8 de novembro de 2007
domingo, 4 de novembro de 2007
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
sábado, 20 de outubro de 2007
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Cortazar ..........
Toco a sua boca, com um dedo toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a sua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e desenha no seu rosto, e que por um acaso que não procuro compreender coincide exatamente com a sua boca, que sorri debaixo daquela que a minha mão desenha em você.
Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõem-se, e os cíclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
terça-feira, 9 de outubro de 2007
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
é todo voz
e olhos
voz que vibra
envol-vendo a musica insinuante
dos olhares
olhos que seguem
embalando passos
que te des-norte-iam da ilha
voz grave e baixa
simulando um suspiro
branco e doce de desejo
olhos que engolem
quando semicerrados
tontos
voz doce que embebeda
de um licor exotico
ainda não provado
olhar que te envolve
em véus transparentes
que me deslizam
voz sedutora
que aquece minha face
como a brisa quente que sopra
olhar que des-venda
percorrendo meus en-cantos
mais secretos
voz que sussurra baixo
um adeus ao pé do ouvido
convidando a infinitas noites de sonhos