quinta-feira, 8 de novembro de 2007

nos dois
uma salada de fruta
sem amor-a
longe
o espirito
não meta-física
a noite em vão
de escada madrugada
nasce dia-lética
a de-cisão
d-esistir
se-para
na cálida espera
a gota trans-lúcida
orvalha

domingo, 4 de novembro de 2007

esse romance
no olho de lince
dança
a ilusão
é o olho
do espelho
a dor
é um pensamento
que não respira

sábado, 3 de novembro de 2007

sem resistência
a folha é bailarina
do vento

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

tua voz
no ceu da minha boca
estrela

terça-feira, 23 de outubro de 2007

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

a grande lua amarela
era o só reflexo da vela
na janela da menina

sábado, 20 de outubro de 2007

te espero a tarde
por que as noites são brilhantes
e as manhãs diamantes

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

me a-corda
me amarra
con-cord-ância
me liga
me fita
e me enlaça

Cortazar ..........

Toco a sua boca, com um dedo toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a sua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e desenha no seu rosto, e que por um acaso que não procuro compreender coincide exatamente com a sua boca, que sorri debaixo daquela que a minha mão desenha em você.

Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõem-se, e os cíclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água.


Júlio Cortázar (capitulo 7 - O Jogo da Amarelinha)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

um certo texto
escrito em duas linhas por pretexto
acabou contexto
o desejo da noite
arde na dança
da chama da vela
as estrelas brilham
por que os labios da noite
são farois

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

a lingua mergulha
nada na saliva
e tudo boca
tanto tempo
que ja não entendo mais
a direção do vento
bem me quer
beija flor
mal me quer

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

vem voando
transfor-mar
o beijo em oceano

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

doce saliva
apunhala com a lingua
a minha sede
bocas molhadas
sugam linguas que mergulham
e tragam-se
a tarde cai
in-veste seu brilho
e me despe

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Conhaque, cachimbo....
Cigarro, costeletas.....
Carro como cama onde não somente sutram, mas copulam.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

um sol arde
dentro da mim
a tarde
sopra uma brisa
que des-envol-vendo
cega

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

vento que sopra na pele
minusculos pêlos
lençol de cetim nos teus musculos

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

o balet da chuva
com passinhos pingos
dança na telha das casas

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Aviso: os próximos 22 (abaixo) não são haikais.....
você pra mim
é todo voz
e olhos

voz que vibra
envol-vendo a musica insinuante
dos olhares

olhos que seguem
embalando passos
que te des-norte-iam da ilha

voz grave e baixa
simulando um suspiro
branco e doce de desejo

olhos que engolem
quando semicerrados
tontos

voz doce que embebeda
de um licor exotico
ainda não provado

olhar que te envolve
em véus transparentes
que me deslizam

voz sedutora
que aquece minha face
como a brisa quente que sopra

olhar que des-venda
percorrendo meus en-cantos
mais secretos

voz que sussurra baixo
um adeus ao pé do ouvido
convidando a infinitas noites de sonhos
teu sobretudo
na minha cadeira
re-vela acesa

teus oculos
nos meus olhos
lan-ternam

tua voz
no meu telefone
sinto-nias

teu beijo
na minha face
bomb-arde-iam

tua despe-dida
na porta da sala
serpente-ia
tua imagem
na minha câmera
a-cena

minha luz
no teu abajur
lampada

teu perfume
na minha pele
poeira

teu olhar
na minha sala
cadeira
tua praia
no meu ceu
estrela

tua lua
no meu mar
areia

teu andar
na minha avenida
rua

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Tudo vem...
tudo vai...
Deixa ir!!!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Sentada na areia
a pedra
medita
Toda noite
minha lua flutua
no teu lago

sábado, 28 de julho de 2007

tarde nua
todas as noites, de manhã
ainda são tuas
a vida é curta
e o destino é um inseto barulhento
que me morde nas noites quentes
lágrima
sal liquido
que tempera
teus pelos
me atravessam
pelo avesso
nesse vai e vem
uns vão
outros divagam
saliva com saliva
nenhuma lingua
aqui mais é minha
O verbo esperar
conjuga
nossa dis-junção

terça-feira, 24 de julho de 2007

A aranha arranha
os rastros na areia
destruindo nossas teias

domingo, 22 de julho de 2007

Caiu a luz...caiu você...
e eu fiquei só
escalando as chamas das velas acesas

terça-feira, 10 de julho de 2007

poeira na casa velha
entre-tantos esquecidos
en-cantos
balet colorido
destemido
gira sol
a flor rebela-se
contra o vento
girando só

quinta-feira, 5 de julho de 2007

o sol
desenhou um raio de luz
pela pequena fresta
pequenos anjos
movem-se tranquilos sobre a poeira invisivel
dos raios de sol da tarde
a delicadeza viva da pequena planta
escorre pelo caule
quebrado
meus dedos exploram
cada curva interminavel
da tua alma
de bruços sobre a linha do horizonte
a lua depois de meditar
levanta e voa

quarta-feira, 4 de julho de 2007

um corpo bailarino
de musculo dourado
sapatilha sobre mim

terça-feira, 3 de julho de 2007

pensamentos nadam
enquanto
sentimentos afundam

segunda-feira, 2 de julho de 2007

na terra da lucidez
toda flor do odio
folha
da fechadura da porta da lua
um raio de sol
me espia
no barco vazio
flu-tua
presença

domingo, 1 de julho de 2007

gaivota pendurada
no ceu
em movimento

sexta-feira, 29 de junho de 2007

gaivotas bailam
no palco azul
da praia
em ondas
gaivotas se entregam
num total mergulho
tarde opaca
folhas secas ao vento
desenham silhuetas

quarta-feira, 27 de junho de 2007

luzes apagadas
velam
acesas
oceanos eras.....
e agora?
nadam mais sereias?
na brilho do olhar
navega
cara-vela

terça-feira, 26 de junho de 2007

segunda-feira, 25 de junho de 2007

domingo, 24 de junho de 2007

O amor
se basta
a si dó ré mi.....
você
é só uma linha
de um pre-texto

sábado, 23 de junho de 2007

Dor vazia
Lagrima doce
faz brotar poesia
Nostalgia
O peito implode
Lagrima contida
Boca entreaberta
Úmido hálito
Saliva
aos passos do amor
amarel
ando
sexo
sem nexo
não tem eixo
relaxar
o querer
faz gozar
com travessuras
traveseiros
fronham
sol-tei
o dia
da noite
tua agua do mar
final de tarde
me onda (ou me olinda?)
temporal
azul gelado goza
na areia fogosa
temper-ando
com sede de suco de tangerina
na tua barriga
tua pele
me
pétala
labios saltam
mergulham
lamb-usando-me

domingo, 17 de junho de 2007

alguns dizem
que todo amor é generoso
e que toda paixão germina rosa
a tua cabeça sobe
e a minha
soberania
hipocrisia
a sociedade im-planta
e o exercício é pais-agem
sei la
se las vegas
em mim
sinto tua falta
e toda luz
re-vela apagada

sexta-feira, 15 de junho de 2007

sem mais opção
trepa
no meu coração
sou mais uma
de menos outras
mais ou menos!
O tudo é um nada
ao avesso
Eu confesso!
acorda
para os nós da vida
e se enforca
mulher
sem objeto
sujeita
amor
quando não chove
in-venta
arrogancia
faz tropeçar
in-segura
Abundancia
de emoção
redunda
o vazio
cheio de nada
afunda
todo ator
que a-dor-mece
ator-doa
toda lagrima
que me a-tormenta
tem-pestade
toda saudade
que me mata
ressucita você
toda dor
que me fode
goza você
todo vazio
que me engole
mastiga voce

quinta-feira, 14 de junho de 2007

A dor a-dor-a
An-dor-inha voa, volta e
bica a amor-a
sorver você
seria sigific-ativo
com-passivo
sentido
sem ti
sem

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Drink me now
Eat me out
surrender
Sem você meus olhos nublam
meu coração troveja
minha alma chove
sem voce
so vazio
silencioso sol
A alma úmida
procura escoamento
entre seus dedos
Denuncias
o infinito fogo que
o frio da minha alma congela
Desejo
A-dor- me-cia
Te procur-ando pelas ruas
Penis duro
Pontes que atravessam
Mar-gens
A vagina mastiga e
engole a madrugada
Por isso tudo amanhece molhado
O penis invadiu a noite
E o dias seguintes
Ficaram com inveja
Janela aberta
Por dentro é minha
Por fora é dela
O sol
sempre sai
sen-ti-dos lados
Seus olhos vedam
ver-e-dão
ver-ti-gem
Tem dias
Que a vida vem vindo
envol-vendo e cegando
Arrepio
Calor e frio
A tração do coração
Corpos expostos
Folhas ao vento
Ten-dão
Beijo molhado
De chuva
Inunda-ação
Trans-borda
A forma que te a-travessa
Não me cabe